sexta-feira, 29 de outubro de 2010

deixa a roupa na entrada
desta porta que te abro
e vem nua, sem reparo
pela senda imaculada.

não repares no vazio
das paredes despojadas
nem nas folhas destroçadas
onde em letras te recrio

entra, e dir-te-ei porque me rio
porque choro, porque envolvo
porque te abraço como um polvo
e me aconchego sem ter frio.

entra, e faz-te minha sendo tua
essa vontade de ser gente
e marca em mim a transigente
alegoria da lua.

2 comentários:

Codinome Beija-Flor disse...

Poeta Querido!
De onde vem tamanha inspiração?
Obrigada por ter deixado lá no meu cantinho.
Saudades!
Bjos

Florbela disse...

Sei que o que falas nestas linhas a outrém se dirige...não há engano nos teus olhos...que não haja no teu coração, pelo que assim terá de ser no meu coração uma verdade diferente da tua...?