quarta-feira, 9 de junho de 2010

eu sou rei e sou herói
sou mais isto e mais aquilo
sou a dor que me destrói
sou a sombra que mutilo.
se em ti estou e adormeço
na dolência do meu choro
cubro o rosto por decoro
com as estrelas que conheço.
corte após corte feri o pulso
rasguei o sonho, quebrei o elo
e julgando matar o pesadelo
cedi o corpo ao negro impulso.
sangue, sangue, negro sangue
que destino me reservas
entre as tenras, frescas ervas
onde o corpo jaz exangue?
de saudades me construo
sou quase nada, mas sou
sou avanço e sou recuo
ando perdido, mas estou.