sábado, 27 de agosto de 2011

Há um silêncio que se quebra neste muro
onde as palavras estentóreas se rebelam
e corações ensanguentados que atropelam
símbolos negros de um significado obscuro.

Há borboletas que esvoaçam prisioneiras
das asas plúmbeas que lhes foram desenhadas
e há caveiras com as faces descarnadas
entre cometas de profusas cabeleiras.

Neste mural contemporâneo e simbolista
que tu ignoras quando vais para o emprego
há uma candura surreal, um desapego
o rasgo iluminado de um artista.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Passaram os dias, o relógio calou-se
Na casa vazia o silêncio deitou-se

Vieram as nuvens, as chuvas cairam
As brisas ligeiras os campos despiram.

Os frutos colhidos, à mesa chegaram
De risos floridos os lábios deixaram.

Depois foi a neve, quem veio brincar
No rio gelado que a soube esperar.

Também eu esperei, sentado na sala
Escutando a lareira que sozinha fala.

Mas tu não vieste, nem sei se virás
E segues distante num passo voraz.

sábado, 6 de agosto de 2011

são poemas simbolistas o que deixo
entre linhas preenchidas de vazio
paralelas como as margens de um rio
e singelas como as faces de um seixo.