segunda-feira, 27 de abril de 2009

Delírio (Olavo Bilac)

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....

sexta-feira, 17 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tango

mergulha na fragrância do meu corpo
sustenta o teu querer da minha pele
e deixa-me dançando que revele
palavras sussurradas como um sopro.

desliza, sim, desliza pela pista
com passos esvoaçantes de quimera
és tu que a luz da noite reverbera
meu palco de batalha e de conquista.